Com a nova estratégia adotada pelo Ministério da Saúde, que autorizou a utilização imediata de todas as vacinas contra a Covid-19 que foram entregues aos estados e municípios, o Paraná poderá, enfim, acelerar o processo de imunização de sua população.
Ontem, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa-PR) já anunciou que iniciaria a vacinação de mais dois grupos prioritários: idosos de 70 a 74 anos e comunidades quilombolas, que já estão, respectivamente, com 264.910 e 6.250 doses garantidas, o suficiente para imunizar 78,87% e 63,1% do total de pessoas em cada um dos grupos. Além disso, o estado segue imunizando os grupos de profissionais da saúde (que recebem mais 11.850 doses) e idosos de 75 a 79 anos (com 86.640 doses, referente a 47,11% da população desta faixa etária).
A meta do Paraná é conseguir vacinar pouco mais de 4 milhões de pessoas até o final de maio. Até ontem, contudo, o número de indivíduos que haviam tomado ao menos a primeira dose do imunizante era de 582.975, o que significa que 14,4% da meta foi cumprida até aqui (confira mais detalhes na tabela abaixo).
De acordo com o Plano Nacional de Imunização (PNI), os próximos grupos a serem vacinados serão o de idosos com idade entre 65 e 69 anos e em seguida aqueles com idade entre 60 e 64 anos.
Na sequência aparecem ainda o grupo com comorbidades (que no Paraná apresenta o maior número de pessoas a serem vacinadas, com quase 1,2 milhão de indivíduos), trabalhadores da educação, pessoas com deficiência permanente severa, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade e população privada de liberdade, nessa ordem.
Importante destacar, contudo, que o plano estadual de vacinação prevê ainda que outros grupos prioritários sejam vacinados até a maio. São eles: trabalhadores do transporte coletivo rodoviário e ferroviário de passageiros, caminhoneiros, pessoas em situação de rua, trabalhadores de transporte aéreo e trabalhadores portuários.
Para que o plano de imunização avance, contudo, é necessário que mais doses cheguem. A esperança é que isso aconteça em breve, por conta do aumento da produção de doses das vacinas no país.
“Nós queremos que as vacinas cheguem nos braços dos paranaenses para aumentar a imunização no Estado. A primeira dose já consegue dar, depois de alguns dias, condições para que o paciente se porventura for infectado tenha um quadro muito mais leve, não permitindo a necessidade de uma internação hospitalar”, explica o secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto.
Para o restante da população, a vacina só deve chegar no segundo semestre e ainda é preciso esperar pelos critérios, se a faixa etária continuará a ser seguida ou e haverá outro critério e, claro, se as doses de vacina começarem a chegar com maior frequência. O Paraná tem quase 12 milhões de habitantes.
Ordem de prioridade para a vacina
Grupos prioritários
População
Imunizados
% imunização
Idosos institucionalizados
12.224
11.236
91,92%
População indígena em terras demarcadas
10.565
9.105
86,18%
Pessoas com deficiência institucionalizadas
482
667
138,38%
Trabalhadores de Saúde
303.026
256.440
84,63%
Pessoas de 80 anos ou mais
250.630
209.987
83,78%
Pessoas de 75 a 79 anos
215.843
93.249
43,20%
Pessoas de 70 a 74 anos
321.432
2.291
0,71%
Pessoas de 65 a 69 anos
439.203
Pessoas de 60 a 64 anos
554.705
Pessoas em situação de rua
3.391
Trabalhadores de força de segurança e salvamento
30.685
Comorbidades
1.172.812
Trabalhadores educacionais e da assistência social
210.897
Pessoas com deficiência permanente severa
400.682
Quilombolas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas
8.944
Caminhoneiros
33.454
Trabalhadores do transporte coletivo rodoviária e ferroviário de passageiros
14.612
Trabalhadores de transporte aéreo
469
Trabalhadores portuários
3.102
População privada de liberdade
61.465
Trabalhadores do sistema prisional
701
Total
4.049.324
582.975
14,40%
Taxa de transmissão cai no Estado, aponta estudo. A taxa de transmissão da Covid-19 caiu um pouco no Paraná nos últimos dias. O Estado tem um Rt médio de 0,77, o que significa que cada 100 pessoas com Covid-19 podem contaminar outras 77, como mostram os dados atualizados no domingo pelo sistema Loft, que analisa como está a transmissão do coronavírus no Brasil. Neste momento, o Paraná tem a menor taxa de reprodução (Rt) entre os estados brasileiros.
A média de transmissão no País é de 1,04, sendo que o Estado com o maior índice de reprodução é o Ceará, com o Rt de 1,2. Somente em outros quatro estados essa média é igual ou inferior a 1: Amazonas (0,89), Rio Grande do Norte (0,89), Bahia (0,98) e Rio de Janeiro (1).
Desde o início da pandemia, há um ano, é a quarta vez em que há uma remissão na transmissão do vírus no Paraná, o que ocorre desde a última quarta-feira. O Rt chegou a um pico de 1,88 entre março e abril do ano passado. A transmissão, então, voltou a crescer até atingir um pico de 1,58 em 11 de março.
Cerca de 40% dos testes dão positivo, alerta secretário. De acordo com o Secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, cerca de 40% dos testes feitos atualmente dão positivo, um sinal de que o contágio ainda está alto no Estado. “O grau de positividade está muito alto e a testagem diminuiu um pouco nos últimos dois meses. A taxa de transmissão está sofrendo alguns revezes, e eu quero chamar atenção para isso. O Paraná é o Estado que mais testa no Brasil, e se há número alto de resultados positivos, significa que ainda há muita circulação do coronavírus no Estado”, ressalva o secretário.
“Nosso Rt baixou um pouco, mas os testes mostram que o coronavírus circula muito facilmente, de maneira comunitária, em todo o Estado, principalmente em Curitiba, na Região Metropolitana e na região Oeste. Por isso, quem pode precisa ficar em casa para não fazer o vírus circular”, reforça. Ele ressalta que a população não pode relaxar nas medidas de isolamento e que deve evitar viagens e aglomerações durante o feriado de Páscoa.
Fonte: Bem Paraná.