Teve início nesta semana o período do vazio sanitário da soja no Paraná, uma medida essencial para o controle da ferrugem asiática — uma das doenças mais agressivas que afetam a cultura. O calendário foi definido pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR) com base nas características climáticas regionais e estabelece períodos distintos para o plantio nas três regiões agrícolas do estado.
Na Região 1, na qual estão os municípios do Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral paranaense, não é permitida nenhuma planta de soja no solo entre os dias 21 de junho e 19 de setembro. A semeadura poderá ser feita no período de 20 de setembro de 2025 a 20 de janeiro de 2026.
A Região 2, que compreende a maioria dos municípios, particularmente os localizados no Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste, tem o vazio sanitário iniciado mais cedo. Ele começa em 2 de junho e se estende até 31 de agosto. Para essas cidades o plantio da soja está liberado a partir de 1.º de setembro de 2025 e termina em 31 de dezembro.
Por fim, a Região 3, com os municípios do Sudoeste do Estado, tem o vazio sanitário determinado para iniciar em 12 de junho, estendendo-se até 10 de setembro. A data de plantio foi definida entre 11 de setembro e 10 de janeiro de 2026.
A técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP, Ana Paula Kowalski, destacou a importância da medida como estratégia fitossanitária. “O produtor deve ficar atento, fazer a eliminação da soja guaxa e controlar nesse período de 90 dias”, orienta. Ela também chamou a atenção para a alteração no calendário da região Sudoeste, ressaltando que a mudança foi fruto de um consenso entre os produtores locais.
Segundo Kowalski, o novo cronograma não deve sofrer novas alterações nos próximos anos, desde que se comprove sua eficácia no campo. O cumprimento das datas será fiscalizado, e a adesão dos agricultores é fundamental para o sucesso da estratégia de combate à ferrugem asiática.
O vazio sanitário é um período em que é proibido o cultivo e a manutenção de plantas vivas de soja no campo. Seu objetivo é interromper o ciclo de vida do fungo causador da ferrugem e, assim, reduzir os danos e o uso de defensivos agrícolas na próxima safra.