Depois de mais de três anos, a Delegacia de Homicídios de Londrina descobriu quem teria mandado matar a empresária M. M. V., de 60 anos, no final da tarde do dia 19 de maio de 2017 na região norte do município.
Ela morreu depois de descer do seu carro para abrir o portão da chácara da família, localizada na Rua Prefeito Milton Ribeiro de Menezes, no conjunto Farid Libos.
O inquérito policial, enviado em abril ao Ministério Público, mostrou que o filho da vítima, um homem hoje de 40 anos, arquitetou o assassinato da própria mãe. Segundo o delegado João Reis, o homicídio foi cometido por questões financeiras. “A mãe sustentava financeiramente o rapaz, mas, em um período específico, passou a restringir o dinheiro. O relacionamento deles começou a se desgastar e a Maria cortou essa mesada que repassava todo mês”, pontuou.
Reis observou que a empresária não tinha o hábito de ir até a chácara, mas teria sido induzida pelo rapaz a comparecer ao local. Segundo a polícia, ele justificou que o cadeado do portão da propriedade deveria ser trocado por conta da mudança dos caseiros, possibilitando assim que ela fosse assassinada. “Chovia muito no dia em que ela foi morta, uma sexta-feira. Maria não frequentava o espaço, que fica distante da cidade. As investigações apontaram que ela foi atraída para o local. Essa tese foi reforçada ainda mais depois que descobrimos que a vítima havia criado uma barreira emocional em passar pelo lugar porque perdeu um parente muito querido em um latrocínio (roubo seguido de morte) naquela região. Pegando o celular, concluímos que ela não recebeu nenhuma ligação, ou seja, quem a convenceu de ir até a chácara não ligou”, explicou o investigador Kleber Ivode Mendes Pedroso, que participou das diligências.
O policial civil garante que o filho foi a última pessoa a falar presencialmente com a empresária. “Eles tinham um compromisso na filial da Copel (Companhia Paranaense de Energia) na zona norte. Era para ter acontecido de manhã, ele (acusado) liga para a mãe e desmarca. Ela diz pra ser logo após o almoço, o suspeito fala que não e os dois resolvem se encontrar no final daquela sexta. O argumento é de que o cadeado, até para evitar roubos, precisava ser trocado. Temos comprovações de que M. M. V. passou em um depósito na Avenida Saul Elkind, comprou o material e foi para a chácara”. “Conseguimos provar que o filho não foi para casa dele no dia da morte da mãe. No sábado, ele muda para a residência onde a vítima vivia e no domingo promove uma festa com churrasco e música alta, incomodando os vizinhos. Isso chamou a atenção porque não é comum de uma pessoa que acabou de perder um familiar próximo. Desconfiamos também quando o rapaz foi chamado para depor, que enviou primeiramente um advogado para se inteirar dos fatos. Ele agia não como alguém que teve a mãe assassinada de forma brutal, mas sempre se escondendo da investigação, temendo a descoberta dos possíveis executores”, argumentou João Reis.
No laudo de necropsia, o médico legista Pedro Crésio Mariquito Filho disse que “nenhum dos disparos foi efetuado a curta distância”. O exame feito no IML abordou que M. M. V. foi atingida na cabeça, braços e outras regiões do corpo. A empresária foi baleada com diversos projéteis de uma pistola 9mm.
Os investigadores encontraram na chácara apenas uma espingarda calibre 12, que não seria a arma do crime. Os executores do assassinato não foram identificados por enquanto pela Delegacia de Homicídios.
Indiciado por homicídio qualificado, o homem foi denunciado pelo mesmo delito pelo Ministério Público e virou réu na ação que tramita na 1ª Vara Criminal. Ele responde o processo em liberdade a Justiça não expediu nenhum mandado de prisão.
O advogado do acusado informou à Folha que só deve se manifestar depois que tomar conhecimento da íntegra da denúncia.
Fonte: UbiratãOnline