O Paraná recebeu nesta semana o parecer favorável do comitê técnico da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e deu mais um passo para o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação, que acontecerá em maio. Essa foi a penúltima etapa de um processo de controle sanitário iniciado há 50 anos e que permitirá um salto na produção e comercialização da cadeia de carnes.
O último foco de aftosa no Paraná foi em 2006 e, desde então, o Governo do Estado trabalha para aumentar o controle sanitário. A vacinação nos rebanhos de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa foi interrompida em 31 de outubro de 2019 e deu lugar a um amplo trabalho de cadastramento. O reconhecimento nacional como Área Livre pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento aconteceu em agosto de 2020.
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Nos últimos anos também foi realizado um extenso inquérito epidemiológico com coletas de amostras do sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais, provando que o vírus já não circula no Paraná. Também há um esforço redobrado de vigilância nos 33 postos da Adapar, nas barreiras comuns com Santa Catarina e nas zonas de fronteira com Paraguai e Argentina.
Esse trabalho se confunde com a própria trajetória de vida profissional do secretário estadual de Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. Nessa entrevista, ele fala sobre a nova conquista, o patamar que o Paraná pode alcançar e a necessidade de cuidados diários por parte dos agricultores. Ele também cita a chancela da OIE para que o Paraná seja uma zona livre de peste suína clássica independente.
Que eu me lembre, brincando, começamos a vacinar depois que paramos de passar querosene no chifre dos bois, no final dos anos 1960. São mais de 50 anos articulando campanhas para eliminar a circulação viral no Estado. E aprendemos muito ao longo desse tempo. No mundo animal se trabalha muito em cima das enfermidades. E conseguimos mostrar cabalmente ao mundo e à comissão técnica e científica da OIE que não há evidências de circulação dos três tipos de vírus nesse pedaço de mundo chamado Paraná. Portanto, o recado aos outros países é que o Estado tem volume, escala e qualidade, dá para comprar e comer sem risco. Esse é o tom dessa aprovação. A última etapa acontecerá no dia 27 de maio com o reconhecimento desse pleito já aprovado tecnicamente. No dia 27 receberemos o selo de Área Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, até que enfim, e o selo de unidade independente livre de peste suína clássica.
Vacinávamos bovinos e bubalinos contra uma doença que não existia. Provamos para o mundo que não temos aftosa. Agora podemos exercitar nossa competência comercial porque temos volume, escala, preço competitivo, e podemos enfim conquistar fatias crescentes do mercado internacional.





















