O reitor da Universidade Estadual de Maringá, Mauro Baesso, reuniu prefeitos, vereadores e secretários municipais de todas as cidades onde a UEM mantém câmpus regionais. O objetivo do encontro foi pedir o apoio político para tentar reverter uma decisão do governo do estado que propõe duríssimo corte na contratação de professores para as universidades estaduais do Paraná. No caso da UEM, das 15.840 horas solicitadas para contratação de professores em Regime Especial, só foram autorizadas 6.289. Menos da metade pedida, comprometendo até o início do ano letivo.
Baesso emocionou-se ao falar em defesa da UEM e foi aplaudido pelos presentes que superlotaram o auditório do Bloco B-33. Salientou que não é de hoje que a Instituição enfrenta dificuldades com custeio e para saldar compromissos como pagamento de água e energia elétrica. “Só que agora a Universidade foi atingida no coração”, disse. Para o reitor, faltou sensibilidade e conhecimento técnico para a equipe do governo, que parece estar adotando critérios estritamente econômicos ao ditar medidas como essa.
O apelo da UEM ecoou além do esperado. Em todas as falas registrou-se o reconhecimento do papel da UEM nos diferentes municípios, bem como o apoio incondicional em defesa da Universidade que é, reconhecidamente, um Patrimônio Público do Paraná.
Dentro os prefeitos que usaram na palavra na reunião, o prefeito de Goioerê, Pedro Coelho, que se comprometeu a enviar ofício ao governador Beto Richa em defesa da UEM. Ele ainda destacou a participação da UEM no desenvolvimento da cidade e na formação de profissionais altamente qualificados.
O vice-prefeito de Cidade Gaúcha, Vardemir Silvestre, a secretária de educação do município de Umuarama Maria Clory, e a secretária de educação de Diamante do Norte, Luzia Navarro, garantiram igual apoio ao falar em nome dos respectivos prefeitos.
Também compuseram a mesa principal o vice-reitor Julio Damasceno, a reitora Neusa Altoé, gestão 1998 – 2002, e o vereador Carlos Mariucci. A reunião ainda registrou a presença de vários outros políticos de Maringá e região, de professores e alunos da UEM.
Planejamente acadêmico
Baesso salientou que o planejamento do ano acadêmico é feito regularmente em setembro, quando os chefes de departamentos informam, tecnicamente, o quantitativo necessário de horas aula. Em dezembro, o Conselho de Administração aprova a carga horária, que deve estar em consonância com o quantitativo determinado pela Assembleia Legislativa. A partir daí, abrem-se os processos seletivos que irão culminar com a contração dos professores temporários. A sistemática é necessária uma vez que o governo não vem autorizando concurso para professores efetivos.
Cortar carga horária às vésperas do início do ano letivo é desconsiderar todo esse planejamento, segundo o reitor. Procurar o apoio da classe política e da comunidade universitária foi a saída imediata encontrada, considerando que o canal de diálogo com o governo fechou-se. O fato é que a iniciativa resgatou o pioneirismo da UEM, que historicamente protagonizou lutas em defesa da universidade pública e de qualidade.