A Polícia Civil de Umuarama divulgou na tarde desta segunda-feira (3) que está investigando um possível estelionato com várias vítimas totalizando um prejuízo superiores a R$ 4 milhões – apenas uma das vítimas teria repassado ao golpista R$ 1,34 milhões.
O delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama, Gabriel Menezes, informou que o suspeito se apresentava como Pastor Marcos Eleandro da Costa, e que seria integrante de uma denominação evangélica em Umuarama. Os relatos indicam que os repasses de dinheiro ao suposto estelionatário começaram em janeiro de 2022.
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As vítimas informam ter repassado valores variados para o pastor e que ele faria investimentos na Bolsa de Valores. A promessa aos investidores era de retorno do valor aplicado acrescido de uma taxa de juros de cerca de 6% ao mês. Menezes comentou que o caso se assemelha ao do Sentinel Bank, que foi alvo de operação da Polícia Federal recentemente.
O delegado-chefe explica que as narrativas das vítimas são diversas. Alguns disseram que foram procurados pelo pastor, repassavam o dinheiro para aplicação e recebiam uma nota promissória como garantia. Em outros casos teriam firmado contratos e houve ainda quem relatou que fez a negociação através da empresa M. Costa Financeira, de propriedade do suspeito.
Menezes disse que a Polícia Civil recebeu um boletim de ocorrência de ex-funcionários do acusado que também teriam sido vítimas. O pastor teria desaparecido sem fazer pagamentos de verbas trabalhistas, com as quantias recolhidas das vítimas e sem fazer outros pagamentos.
As pessoas envolvidas procuraram o suspeito em seu escritório e sua residência, mas ele não foi localizado. Havia a informação de que o sistema era alicerçado por uma instituição financeira. Quando as vítimas não tiveram contato mais com o golpista, foram procurar esta instituição financeira, mas foram informados de que não havia ligação com o investigado.
A Polícia Civil de Umuarama vai investigar se o suspeito realmente captou esse dinheiro para investir na bolsa, mas a aplicação foi infrutífera ou se ele nem chegou a fazer esses investimentos. “Há vítimas que relataram que inicialmente chegaram a receber os valores com os juros, mas depois os pagamentos cessaram”, disse o delegado-chefe.
A investigação do caso ficará a cargo do Delegado Adjunto da 7ª Subdivisão de Umuarama, Adailton Ribeiro Junior. Ele informou que a princípio a situação será tratada como estelionato, porém, no decorrer dos trabalhos pode ser que surjam crimes contra a economia popular e contra o sistema financeiro. Inicialmente a equipe da Polícia Civil ouvirá todas as vítimas para captar mais detalhes.
Gabriel Menezes alerta as pessoas para golpes que estão sendo recorrentes em Umuarama. Ele pede muita atenção da população para que não confie cegamente em ofertas de oportunidades de investimentos com promessa de retorno de grandes valores. Nesta situação, o retorno seria em torno de 70% ao ano, o que está fora da realidade do mercado, tendo em vista que grandes investidores conseguem, em média, 20% de retorno.
Os delegados solicitam para que as pessoas que firmaram contratos com Marcos Eleandro da Costa procurem a Polícia Civil.