A Polícia Civil está investigando se houve troca de corpos de bebês em hospital um de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. O caso aconteceu nesta semana.
As gêmeas Maria Alice e Maria Vitória nasceram no dia 10 de maio. O parto foi prematuro, e as recém-nascidas ficaram na incubadora.
Fabiana Ferreira Lima de 39 anos sabia que a gravidez das gêmeas era de risco. No sexto mês, entrou em trabalho de parto e foi internada na Santa Casa.
Everton Lima de Cristo, irmão mais velho das gêmeas, contou que cinco dias depois do nascimento o hospital comunicou a morte de Maria Vitória. “A gente enterrou, tudo certinho. Eu estava lá no dia que ela faleceu”, disse Everton.
Confusão
Na quinta-feira (16), surgiu a informação de que a outra gêmea, Maria Alice, também tinha morrido. Neste momento, começou a confusão.
Segundo a mãe, o hospital falou que o corpo ficaria no necrotério até o dia seguinte para que ela conseguisse providenciar com calma a certidão de óbito e outros documentos.
Na manhã sexta-feira (17), Fabiana e a cunhada foram ao hospital e junto com uma assistente social da Santa Casa entraram no necrotério para preparar Maria Alice para o sepultamento. Então, Fabiana percebeu que o corpo estava maior do que o da filha.
“A minha era bem pequenininha”, contou. Mesmo assim, Fabiana achou que era o corpo da filha, que poderia estar inchado. Além disso, de acordo com Fabiana, não tinha outro bebê no necrotério.
Na despedida, Fabiana ficou com uma pulseira da criança. No caminho até o cemitério, percebeu um erro. “Aquela pulseira não era da minha filha, a que estava lá era azul”, explicou. As pulseiras que as gêmeas usaram eram cor-de-rosa.
A família avisou o hospital e, conforme Fabiana, a explicação foi que a bebê já tinha sido liberada um dia antes e já estava sepultada ao lado da irmã gêmea.
Investigação
A família acionou a Polícia Militar (PM) e registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.). A Polícia Civil abriu um inquérito e não descarta a possibilidade de fazer a exumação do corpo para saber se é mesmo de Maria Alice.
No cemitério, o local está isolado.
“A dúvida é da Maria Alice, se ela realmente está enterrada ali, se é realmente ela ali. E por que eles enterraram sem a minha mãe estar ali para poder se despedir. Eu poder me despedir da minha irmã. Isso é muito triste para a gente”, afirmou Everton.
O que diz a Santa Casa
Em nota, o hospital disse que os fatos não ocorreram, que a instituição possui toda a documentação que está de acordo com a legislação e que os documentos comprovam que não houve falha nos procedimentos adotados.