Alegando que matou a avó, de 78anos, para se defender, Marcelo
Torrezan concedeu entrevista à Tribuna e fala do crime, e dos 25 dias que ficou escondido depois de matar a própria avó degolada.
PRISÃO: COMO FOI
Depois de receber informações sobre a presença na cidade de um elemento suspeito de haver matado a própria avó na noite do dia 28 de maio, em Goioerê, o delegado de Assis Chateaubriand, Tiago Teixeira manteve contanto com a Delegacia de Goioerê para se informar sobre o crime cometido pelo suspeito.
No momento em que tomou conhecimento, na terça-feira, 21, da informação de que, o principal suspeito de haver matado a própria avó, em Jaracatiá, estaria em Assis Chateaubriand, o delegado de Polícia de Goioerê, Thiago Luiz Soares, obteve junto a Justiça da Comarca um mandado de prisão contra Marcelo Torrezan.
De posse do mandado de prisão o delegado de Assis Chateaubriand, Tiago Teixeira foi até o local onde Marcelo estava parado, em um cômodo na Avenida México, no Jardim Progresso, naquela cidade.
Preocupado com a possibilidade de Marcelo estar armado, a equipe da Delegacia de Assis montou uma operação para prendê-lo. Ao ser abordado, Marcelo não esboçou qualquer tipo de reação e ainda no local confessou ser autor de assassinato da avó, ocorrido em Goioerê.
A prisão aconteceu no final da quarta-feira, 22. E, na manhã de quinta-feira uma equipe da Delegacia de Goioerê foi até Assis Chateaubriand e removeu Marcelo Torrezan para Goioerê, onde está preso na cadeia.
INQUÉRITO: Marcelo foi ouvido na tarde de quinta-feira pelo delegado Thiago Luiz Soares que pretende concluir o inquérito nos próximos dias e em seguida encaminhar à Justiça.
Se manter a versão que deu a imprensa, Marcelo Torrezan vai alegar legítima defesa para o bárbaro crime que cometeu contra a própria avó.
HOMICÍDIO: O delegado Thiago Luiz Soares deverá enquadrar Marcelo por homicídio praticado por motivo fútil seguido de furto, do Fusca e outro pertences, que Marcelo teria levado da residência. Diversos familiares assim como vizinhos, foram ouvidos no inquérito.
DIA E ARMA: O delegado pretende esclarecer alguns detalhes à cerca do crime. Entre eles, a informação de Marcelo de que o crime teria sido cometido na noite de sexta-feira, e não no sábado como se acreditava. Outro detalhe a ser esclarecido é quanto ao sumiço do revólver, que Marcelo afirma não ter levado e que teria sido deixado na residência.
CONTROVÉRSIAS NAS DECLARAÇÕES
Demonstrando tranquilidade e mostrando ser uma pessoa dissimulada, as justificativas de Marcelo Torrezan dos Santos, 27 anos, para matar de forma cruel a avó Terezinha Torrezan, 78 anos de idade no distrito do Jaracatiá, são totalmente injustificáveis para um crime tão violento como o que praticou, na noite do dia 28 de maio na residência da vítima, em Jaracatiá, onde Marcelo estava morando desde final de março com objetivo de fazer companhia para avó, depois que o marido dela, o avô faleceu. Ele afirma com total frieza ter agido em “legítima defesa”.
Marcelo Torrezan foi preso na tarde de quarta-feira, em Assis Chateaubriand, 25 dias após o crime. Ele foi trazido na manhã de quinta-feira quando o delegado Thiago Luiz Soares apresentou Marcelo para imprensa.
“LEGÍTIMA DEFESA”: Com respostas firmes e com uma frieza impressionante, disse que matou a avó em “legítima defesa”. Marcelo morava com a avó desde que o avô faleceu, no final de março, período que, segundo ele, teve uma convivência harmoniosa com a avó e a ajudava nos serviços diários da chácara, de propriedade da vítima em Jaracatiá.
NA SEXTA: Demonstrando equilíbrio nas respostas durante a entrevista à imprensa, Marcelo, afirmou que matou a avó na noite de sexta-feira, 27, e não no sábado, 28, como se acreditava. Ele disse não ter a menor dúvida em relação ao dia dos fatos.
DISCUSSÃO E BRIGA: Marcelo disse que na noite daquele dia, por volta das 21:00 horas, estava na área da casa consumindo droga – crack – quando a avó o surpreendeu e passou a recriminá-lo. A partir daí, segundo Marcelo, iniciou uma discussão com a avó que, conforme ele, insistia em repreendê-lo.
ATIROU: Marcelo afirma que a discussão prosseguiu no interior da residência. De maneira dissimulada e tentando justificar o injustificável ato que praticou, Marcelo disse à reportagem da Tribuna que no interior da casa a avó, armada com um revólver, teria ido em sua direção e acionado a arma por duas vezes, que segundo ele, falhou.
ATACOU: Prosseguindo, Marcelo diz que apanhou uma faca para se “defender”. Ainda na sala da residência, Marcelo disse que desferiu dois golpes do pescoço da avó. Em seguida ele a colocou sentada em uma cadeira de área local que ele costumava sentar para assistir televisão. Ele nega que tenha golpeado a avó por trás, no momento em que ela assistia televisão. Suposição mais viável pela maneira como o corpo foi encontrado.
NÃO LEVOU NADA: Marcelo afirma que em seguida passou a revirar a casa procurando documento do Fusca. Á reportagem da Tribuna, disse que não levou nada da residência – dinheiro, arma ou qualquer outro objeto – a não ser o veículo Fusca. O que é pouco provável, uma vez que ele precisaria de dinheiro para fugir. E, segundo informações de familiares, Terezinha Torrezan costumava ter dinheiro em casa.
REVÓLVER: Ainda de acordo com as declarações de Marcelo, o revólver teria ficado na casa. No entanto, a arma que pertencia ao esposo de dona Terezinha não foi encontrada na residência, acreditando-se que Marcelo a tenha levado.
FUGA: Na entrevista ao jornal, Marcelo afirma que cerca de uma hora após cometer o crime, de posse de seus pertences pegou o Fusca e seguiu para Assis Chateaubriand. Ele não soube explicar o porquê foi direto para aquela cidade onde permaneceu até ser preso na tarde de quarta-feira.
VENDEU O FUSCA: Cerca de uma semana após estar em Assis, Marcelo disse que, como não tinha dinheiro para abastecer o veículo resolveu vender o Fusca por R$ 500 para um desmanche naquela cidade. Ele também não soube explicar como permaneceu uma semana rodando com o carro e mantendo suas despesas, se não havia levado dinheiro.
SEM CONTATO: Apesar de estar escondido em Assis Chateaubriand, próximo a Cascavel, onde reside com familiares, Marcelo afirmou que durante o período em que esteve em Assisnão fez nenhum contanto com nenhum familiar.
“DEU BRANCO”: Em suas declarações à imprensa, Marcelo disse ter matado a avó num momento em que estava sob efeito de droga. “Na verdade o que posso dizer é que deu “um branco” e acabei matando a minha avó, com quem tive um bom relacionamento durante o tempo em que morei com ela”.
VAGO: Dizendo que pedir desculpas ou perdão é muito vago para o mal que cometeu contra sua própria família, que desculpas e perdão não vão trazer a avó de volta.
DROGAS: Finalizando a entrevista, Marcelo Torrezan disse há cerca de 12 anos é usuário de drogas (crack) e que por diversas vezes esteve internado em clínicas de recuperação e que quando veio morar com a avó, em Jaracatiá, havia retornado de mais uma das inúmeras internações.
Conforme ele, até o dia em que cometeu o crime não havia feito uso de droga. “Estava ‘limpo’ até aquele dia, quando acabei fazendo o uso de crack” – disse ele insistindo m dizer ter sido a droga o motivo de ter matado a própria avó.
FAMÍLIA CONTESTA DECLARAÇÕES
Como já era de se esperar, as declarações de Marcelo Torrezan à cerca dos fatos que originou o assassinato de sua avó, foram negadas veementemente pelos familiares de dona Terezinha. Em suas declarações à imprensa Marcelo afirma que teria agido em legítima defesa para se defender da agressão da avó que teria efetuado três disparos contra ele que só não tiveram consequências pelo fato da arma – um revólver – haver falhado.
Os familiares contestaram tais afirmações, ressaltando que além da avó ter um carinho todo especial por Marcelo, ela tinha 78 anos de idade, sem qualquer condições de agredir Marcelo que era um dos netos que avó fazia tudo por ele, principalmente pelo fato dele estar enfrentando problemas com droga. Ela fazia de tudo para ajudá-lo.
A família contesta ainda diversas outras declarações de Marcelo, que foram dadas para justificar o bárbaro e violento crime que praticou que praticou.