A Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga que o falecido arcebispo de Cascavel, Dom Mauro Aparecido dos Santos, acobertou abusos sexuais cometidos por um padre contra três adolescentes, sendo uma vítima com menos de 14 anos na época, conforme reportagem do site Catve. Testemunhas relataram que o padre tinha comportamento abusivo desde 2010, mas continuou em funções devido à proximidade com o arcebispo.
Siga a Tribuna no WhatsApp
Um desses abusos foi relatado à Polícia Civil por um homem que foi seminarista e morou com o arcebispo. A vítima não teve a identidade revelada, mas a RICtv Oeste teve acesso ao depoimento dele. Em entrevista a repórter Maria Rosseto da RICtv Oeste, a delegada da Polícia Civil Thais Zanatta, deu detalhes da investigação contra o arcebispo, falecido em 2021. “Ele acabou passando pano para esses abusos cometidos por esse seminarista. Eles tinham um vínculo bem próximo e há relatos que esse arcebispo cometia assédios contra outros seminaristas, inclusive dentro da cúria”, explicou a delegada.
Um dos abusos foi denunciado por um ex-seminarista que morou com Dom Mauro. Ele relatou que o arcebispo solicitava que os seminaristas deitassem em seu colo, acariciando-os. A investigação também apura que o padre oferecia dinheiro, presentes e bebidas alcoólicas às vítimas, algumas de famílias carentes, e que chegaram a dormir na casa do clérigo.
O padre foi preso preventivamente em 22 de agosto após tentar coagir as vítimas durante as investigações. Ao todo, 11 pessoas foram ouvidas, incluindo as três vítimas identificadas.
Em vídeo encaminhado à imprensa, o atual arcebispo de Cascavel, Dom José Mário, detalhou os processos feitos pela Cúria Metropolitana desde a descoberta das denúncias de abuso sexual contra o padre, embora não tenha mencionado as suspeitas contra o antecessor.
“Assim que uma denúncia chegou a mesa do bispo, se tornou oficial, e rapidamente demos os encaminhamentos. Suspendemos o padre, como recomenda o direito canônico, e também abrimos uma investigação. Rapidamente, esse processo já está em andamento, temos o prazo de 90 dias da diocese e depois encaminhamos para a congregação da doutrina da fé ou clero, no Vaticano, onde eles farão o julgamento. E se de fato for confirmado que houve pedofilia a decisão de Roma tem sido clara: é demissão do estado clerical; ele deixará de ser padre”, apontou. A Arquidiocese de Cascavel ainda não se pronunciou sobre as suspeitas envolvendo o falecido arcebispo Dom Mauro.
Matéria completa acesse o link da catve: Arcebispo acobertou abusos de padre contra adolescentes no Paraná, diz delegada