Publicidade
Publicidade

Notícias / Polícia Quem foi o primeiro suspeito de matar criança de 8 anos no Recife em 1970; ‘Menina Sem Nome’ até hoje não foi identificada

segunda-feira, 5 junho de 2023.

Foto: Arquivo Público de Pernambuco/Divulgação

O assassinato da “Menina Sem Nome”, ocorrido em 22 de junho de 1970, não ficou impune. O primeiro suspeito preso durante a investigação desse caso foi um homem que vendia cocos em uma barraca na Praia do Pina, na Zona Sul do Recife, onde o corpo da criança de 8 anos foi encontrado na areia.
O barraqueiro Arlindo José da Silva foi preso na mesma semana em que o cadáver da criança foi encontrado na praia. O caso da “Menina Sem Nome” recebeu ampla cobertura nos principais jornais que circulavam em Pernambuco na época.

Foto: Vitoria Coelho

“Não havia ainda prova concreta contra Arlindo, mas havia indícios contra ele: atrás da barraca havia sido cavado um buraco, ao redor do qual foi encontrado um par de sandálias e um cinturão. Ele ficava nervoso quando falavam na morte da menina, chegando a gaguejar”, informou o “Diário da Noite” na edição de 26 de junho de 1970.

Após ser preso, o suspeito foi levado à Delegacia de Homicídios, encarregada da investigação do caso.

No local, ele foi questionado sobre a calça comprida que vestia na noite do crime e relatou que levou para uma lavadeira no bairro do Bode, vizinho ao Pina, na Zona Sul do Recife.

À polícia, essa lavadeira contou que a calça estava suja de sangue e que Arlindo Silva pediu pressa na lavagem. A calça foi recolhida e levada para o Instituto de Polícia Técnica para exame.

No mesmo local, os peritos analisavam o lenço, os chinelos, a blusa e o cinto encontrados em uma área próxima de onde estava o corpo da criança. O agente de polícia que prendeu Arlindo Silva declarou que, no momento da prisão, o suspeito estava sem cinto.

Foto: Gabs

“Arlindo Silva permanece recolhido ao xadrez da Secretaria da Segurança, negando terminantemente ser o autor do crime, inclusive afirmando que não reside nesta capital. O delegado de homicídios, Sr. Artur de Freitas, não permite que o suspeito seja fotografado enquanto não fica provada sua participação no assassinato”, disse o “Diario de Pernambuco”, em 26 de junho de 1970.

A então Secretaria da Segurança Pública de Pernambuco, atual Secretaria de Defesa Social, tinha pressa para encerrar o caso, com a prisão do culpado. No entanto, depois de uma semana preso, e com o surgimento de um novo suspeito, Arlindo Silva foi libertado.

O que apontou a perícia

O caso da “Menina Sem Nome” intrigou os funcionários do Instituto de Medicina Legal (IML). Eles mantiveram o corpo no necrotério por 11 dias, mas nenhum parente da vítima apareceu para fazer o reconhecimento.

Assim que o corpo chegou ao IML, teve início a perícia tanatoscópica. Os médicos legistas mediram o corpo da menina, que tinha 1,23 centímetros de altura. Na ausência de documentos de identificação, eles estimaram a idade em 8 anos. Também concluíram que ela havia sido brutalmente assassinada entre 20h e 21h do dia 22 de junho de 1970.

Os exames não evidenciaram vestígios de violência sexual. Revelaram que a causa da morte da criança foi “asfixia por estrangulamento e sufocação”.

  • O assassino usou uma corda para apertar o pescoço da menina, dando três voltas e amarrando com um único nó na nuca da vítima;
  • A vítima também teve o rosto pressionado contra a areia;
  • A análise do nariz e de órgãos como laringe, traqueia e pulmão mostrou a presença de areia de praia em todos eles;
  • No pulmão, não foi detectada a presença de água, o que afastou a hipótese de afogamento;
  • Na região do pescoço e das costas, havia vários ferimentos produzidos com uma faca, que foram feitos com a menina ainda viva, “para torturar e atemorizar”, de acordo com o laudo tanatoscópico.

Três dias depois, em 26 de junho de 1970, a imprensa informou detalhes de como o corpo da “Menina Sem Nome” foi encontrado.

“O exame cadavérico não constatou que ela tenha sido brutalizada pelo criminoso, mas descobriu vestígios de tentativa de sedução. O corpo da criança estava visivelmente estragado por golpes de faca. Em volta de seu pescoço, foi encontrada uma corda, e os braços estavam amarrados. Estava quase despida, vestindo apenas calça curta de adulto”, disse o “Diario de Pernambuco”.

O laudo também apontou que a criança não teve condições de se defender. Sobre o exame das vísceras, os legistas destacaram que a vítima estava com o “estômago contendo grande quantidade de alimentos, constituídos de farinha de mandioca, feijão, verduras e alimento em conserva, ainda não digeridos”.

Williams Cardoso, morador do Pina, viu o corpo da ‘Menina Sem Nome’ na praia — Foto: San Costa/TV Globo

A informação sobre a presença de um alimento em conserva no estômago da criança confirma o testemunho de Williams Cardoso, morador do Pina entrevistado pela TV Globo e pelo g1. Ele, que nasceu e cresceu no bairro, foi atraído pela presença de muita gente na praia quando o corpo foi encontrado.

“Tinha uma lata de sardinha do lado, como se [ela] tivesse comido sardinha, antes do acontecimento. Estava aberta e vazia, ainda melada de óleo”, contou Williams.

No dia 27 de junho de 1970, o “Jornal do Commercio” informou que a polícia havia recebido de uma testemunha do crime a informação de que o suspeito comeu sardinhas perto do local onde o corpo da criança foi encontrado.

Fonte: G1.

Publicidade
domsegterquaquisexsáb
1234567
22232425262728
293031    
       
     12
       
2930     
       
28293031   
       
282930    
       
     12
31      
    123
2526272829  
       
28293031   
       
     12
31      
   1234
2627282930  
       
293031    
       
     12
       
      1
3031     
      1
30      
   1234
262728    
       
  12345
2728     
       
28      
       
      1
       
     12
2425262728  
       
      1
3031     
     12
24252627282930
       
  12345
2728293031  
       
2930     
       
    123
25262728293031
       
    123
18192021222324
25262728   
       
 123456
78910111213
21222324252627
28293031   
       
     12
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
2627282930  
       
1234567
891011121314
15161718192021
22232425262728
293031    
       
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
       
  12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
       
      1
9101112131415
23242526272829
3031     
    123
252627282930 
       
 123456
14151617181920
21222324252627
28293031   
       
      1
9101112131415
16171819202122
23242526272829
30      
   1234
567891011
       
   1234
12131415161718
19202122232425
262728    
       
293031    
       
    123
11121314151617
       
  12345
13141516171819
27282930   
       
      1
23242526272829
3031     
    123
18192021222324
252627282930 
       
28293031   
       
   1234
567891011
       
     12
3456789
17181920212223