O tribunal do Juri da Comarca de Goioerê em sessão realizada na manhã desta segunda-feira, 11, sentenciou a 4 anos de reclusão o réu Vanderlei Tenório Cavalcante pelo crime praticado no dia 8 de maio de 2018 quando assassinou com diversos golpes de faca Reginaldo Bernardes. O crime aconteceu na noite daquele dia na rua Presidente Médici, na Vila das Candeias.
De acordo com o depoimento do próprio réu durante a oitiva no julgamento, Vanderlei, confessou ser homossexual. E segundo ele, a motivação do crime teria sido o fato de Reginaldo, quase que diariamente, obrigava-o a praticar sexo, não só com ele, mas com outras pessoas apontadas por Reginaldo, obrigando as pessoas a pagar para fazer sexo com ele, tanto anal, quando oral.
Ainda segundo Vanderlei Tenório, Reginaldo lhe humilhava e o agredia com palavras ofensivas. E foi numa dessas situações, quando Reginaldo queria obrigá-lo a fazer sexo com ele, que Vanderlei decidiu colocar um ponto final na humilhação que vinha sofrendo.
Foi quando Vanderlei se apossou de uma faca que mantinha escondida debaixo de um sofá e desferiu um violento golpe no peito de Reginaldo. Não satisfeito, Vanderlei ainda desferiu diversos outros golpes em Reginaldo que tombou morto.
Vanderlei Tenório afirma que após desferir os golpes em Reginaldo saiu da casa e foi para a rodoviária onde ficou até às 7:00 do dia seguinte quando retornou para casa, nas Candeias, onde pretendia apanhar as suas coisas e fugir. No entanto, Vanderlei foi preso quando estava no local em que morava na rua Presidente Medici, onde e aconteceu o crime.
REGIME ABERTO. Vanderlei permaneceu durante 9 meses, até a data do julgamento, recolhido na Cadeia. Da pena de 4 anos recebida ele vai cumprir 3 anos e 3 meses em regime semi-aberto. À reportagem da Tribuna, Vanderlei afirma que pretende retornar para Curitiba onde reside a sua família (esposa e filhos). Quando do crime, ele estava em Goioerê há pouco mais de um ano e trabalhava como coletor de material reciclável.
O julgamento foi presidido pelo Juiz da Vara Criminal, Dr. Cristhian Palharini A acusação foi feita pela promotora Viviane. Foi o seu primeiro Juri na Comarca de Goioerê, ela esta há pouco mais de um mês na Comarca, vindo de transferência de Guaíra. Está há cinco anos atuando como Promotora de Justiça do Ministério Público da Comarca do Paraná.
DEFESA. Os advogados Ailson Carpiné e Roberto Cordioli patrocinaram a defesa do réu. Vale destacar um fato até certo ponto curioso na sessão do júri. Dos 7 Jurados que formaram o Conselho de Sentença todos foram preenchidos por mulheres. Os dois jurados homens sorteados, foram dispensados pela Promotora, Dr. Viviane.