O ex-deputado estadual e ex-presidente da Assembleia Legislativa do Paraná Valdir Rossoni (PSDB) foi acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de causar prejuízo de mais de R$ 20 milhões aos cofres públicos em um suposto esquema de contratação de oito funcionários fantasmas, entre 1992 e 2010.
Na ação de improbidade administrativa, a promotora Danielle Thomé afirma que o ex-deputado desviou salários de funcionários comissionados do gabinete dele e da liderança do governo, “sendo que eles nunca exerceram qualquer função”.
Conforme o MP-PR, havia funcionários que sequer sabiam que os nomes tinham sido usados no suposto esquema de desvio de dinheiro público. A promotora afirma que o ex-deputado e uma servidora fizeram as contratações.
Edine de Lourdes Ramon Vianna, então funcionária de Rossini e que atualmente trabalha na presidência da Alep, foi acusada de ser a operadora do esquema. Segundo o MP-PR, ela viabilizou a nomeação de familiares para assessoria parlamentar de Rossoni sem que eles exercessem os cargos.
O MP-PR afirma que Rossoni enriqueceu e permitiu que Edine enriquecesse ilicitamente ao se apropriarem dos salários dos funcionários. Por isso, houve um pedido de bloqueio de bens no valor de R$ 119 milhões para cada um.
De acordo com o MP-PR, a investigação demorou para ser concluída porque, como presidente da Alep, Rossoni tinha foro privilegiado e só podia ser investigação pela Procuradoria-Geral do Estado. Além disso, segundo a promotoria, foi preciso ouvir muitas pessoas ao longo da investigação.
Rossoni foi deputado estadual, líder do governo e presidente da Alep entre 2011 e 2014. Em 2015, ele assumiu o cargo de deputado federal e foi chefe da Casa Civil no governo Beto Richa. O político tentou a reeleição para deputado federal, mas não conseguiu.
O que dizem os citados
Valdir Rossoni afirmou que foi ele quem fez a faxina dos funcionários fantasmas na Alep e que está pagando o preço por isso até hoje.
O advogado dele, José Cid Campello, disse que se trata de mais uma ação do MP-PR de perseguição contra Rossoni.
“Nenhuma das ações ajuizadas contra ele até agora teve sucesso e parece que agora o objetivo é pressionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, a qualquer momento, vai julgar o processo no qual ele novamente vai obter uma cadeira de deputado federal”, afirmou.
Ainda segundo advogado, a ação diz respeito a atos realizados no começo do século, “totalmente fora de época e com total falta de noção da promotora que afirmou que Rossi teria dado um prejuízo para o estado R$ 110 milhões”.
“Como se fosse possível isso. Com certeza absoluta a ação vai ser julgado improcedente. Acrescente que foi ele quem fez a faxina na Assembleia quando foi presidente”.
A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Edine de Lourdes Ramon Vianna.
A Alep informou que a servidora cumpre jornada de trabalho no quadro administrativo e que o Legislativo não tem conhecimento da ação. (G1)