Profissionais teriam permanecido em seus cargos por vários anos depois das primeiras acusações virem a público
Estudantes e pais de alunos protestaram nesta quarta-feira (9) contra um professor e o diretor de um colégio estadual em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, que teriam permanecido em seus cargos mesmo após serem alvo de denúncias de assédio sexual contra estudantes da instituição. De acordo com os familiares que denunciaram os profissionais, os casos aconteciam há quase uma década.
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Um dos casos seria de 2019 e envolveu uma aluna que tinha 11 anos na época. A mãe da estudante relata que a filha sofreu um quadro de depressão após o acontecido.
“Minha filha foi no passeio da escola, que o colégio promoveu ali com os alunos. Ela acabou passando mal no trajeto de ida, e desmaiou. O professor veio ajudar ela, e ela falou assim que ele tocou ela diferente. Daí eu falei, diferente como, filha. Mãe, ele começou a passar a mão em mim, mas não foi assim, um passar a mão de pegar para ajudar, foi um passar a mão assim nas minhas partes íntimas” – conta a mãe da garota, que afirma que o diretor fez pouco caso da denúncia.
“Ele ficou espantando assim, em um primeiro momento, mas não tanto quanto eu esperava, sabe. E a resposta que me deixou muito perplexa foi a seguinte: ‘pois é, eu já falei para ele parar com isso, das meninas, sabe né, tem muitas meninas atiradas, que gostam de abraço, tal, daí ele abraça’. Daí eu falei assim: como assim atiradas? Elas são meninas, é ele que tem que se dar respeito, é você como diretor que tem que se impor”, explicou a mãe da jovem que acusa o professor de assédio. Ela afirma também que o próprio diretor é acusado de assediar as alunas e que casos assim são relatados há nove anos.
A demora na apuração e no afastamento preventivo dos envolvidos foi o motivo principal do protesto desta quarta. Os casos são investigados pela delegacia de São José dos Pinhais. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte, o diretor foi afastado do cargo para apuração dos fatos no dia 3 de fevereiro. Agora em março o profissional foi afastado também da instituição para o aprofundamento das investigações. O caso é alvo de dois processos paralelos, um criminal, que corre em segredo de justiça, e outro disciplinar, dentro da secretaria.
Por meio de uma nota, a advogada do diretor da instituição afirma que a defesa já tomou todas as medidas cabíveis jurídicas para averiguar os fatos, que segundo ela “são absurdos, criminosos e mentirosos, além do mais, caluniosos”. A nota diz, ainda, que o diretor não possui antecedentes criminais, não é réu em nenhum processo e que a defesa vai batalhar para comprovar a inocência do cliente. A reportagem não localizou a defesa do professor acusado de assédio.
Fonte: RicMais.