Neste mês de setembro, quando se trabalha o Setembro Amarelo, para prevenção ao suicídio, o Caps de Goioerê vem trabalhando com orientações a questão da saúde mental que no período da pandemia acabou afetando ainda mais as pessoas, e aumentando os casos de tentativas de suicídio.
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Segundo levantamento do Caps, em 2021 até o mês de agosto, foram registrados 10 casos de tentativa e suicídio de mulheres, sendo três delas adolescentes. Foram 4 homens todos adultos e entre os casos estava um idoso.
No final de semana a Secretaria de Saúde em parceria com a Assistência Social realizaram o pedágio educativo da campanha “setembro amarelo” em conscientização a prevenção ao suicídio, quando os profissionais conversaram com a população apresentando dicas práticas de prevenção e de valorização à vida.
A equipe o Caps alerta que apesar do mês de setembro ser trabalho a prevenção do suicídio, est é um tema que durante todo o ano deve ser trabalhado, já mas o alerta sobre os sinais que levam alguém a tirar a própria vida devem permanecer o ano inteiro.
O contexto da pandemia de Covid-19 vem sendo apontado por diversos países e organizações científicas como um alerta para um aumento ainda maior nas ocorrências de suicídio e automutilação, devido ao agravo de riscos psicossociais, medo do contágio, ansiedade, isolamento social, luto e stress das tensões relativas à infecção.
“Nosso objetivo é sensibilizar a população para esse grave problema que pode atingir a qualquer um de nós, seja na nossa família, no nosso ambiente de trabalho e nos demais espaços de socialização que fazermos parte e, ainda, demonstrar que todos podemos participar dessa luta pela prevenção do suicídio” – alertam os profissionais que atuam no Caps.
O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Com a pandemia, os atendimentos disponibilizados pela rede também passaram a incluir o formato remoto de teleatendimento para acompanhamento dos usuários com transtornos mentais.
No aplicativo Conecte SUS, é possível buscar o estabelecimento com atendimento de saúde mental mais próximo de você. Pelo Mapa da Rede de Atenção Psicossocial é possível, também, conferir a lista de estabelecimentos da RAPS que oferecem atendimento em saúde mental no Brasil.
SINAIS DE ALERTA
O suicídio pode estar relacionado etiologicamente com uma gama de fatores, que vão desde os de natureza sociológica, ambiental, econômica, política, cultural, incluindo os psicológicos, transtornos mentais, genéticos e biológicos.
Outros como desigualdades sociais; crises econômicas; pobreza; desemprego; violências, sobretudo as de gênero; desastres; eventos adversos; barreiras de acesso a saúde e educação; estigma e discriminação interagem como determinantes sociais de pensamentos e comportamentos suicidas.
Um dos falsos mitos sociais em torno do suicídio é que a pessoa que tem intenção de tirar a própria vida não avisa, não fala sobre isso. “Sabemos que isso não é verdade e que devemos considerar seriamente todos os sinais de alerta que podem indicar que a pessoa está pensando em suicídio. Podemos fazer a diferença na vida dessas pessoas se estivermos atentos e prestarmos ajuda”.
SINAIS DE ALERTA QUE NÃO DEVEM SER CONSIDERADOS ISOLADAMENTE
O aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de manifestações verbais – Esses indicadores não devem ser interpretados como ameaças nem como chantagens emocionais, mas sim como avisos de alerta para um risco real. Por isso, é muito importante ser compreensivo, além de estar disposto a conversar e escutar a pessoa sobre o porquê de tal comportamento, criando um ambiente tranquilo, sem julgar a pessoa afetada.
Conversar abertamente com a pessoa sobre seus pensamentos suicidas não a influenciará a completá-los. Ao falar sobre esse assunto com ela, você pode descobrir como ajudá-la a suportar sentimentos, muitas vezes angustiantes, que ela está experimentando e incentivá-la a procurar apoio profissional.
Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança- As pessoas sob risco de suicídio costumam falar sobre morte e suicídio mais do que o comum, confessam se sentir sem esperanças, culpadas, com falta de autoestima e têm visão negativa de sua vida e futuro. Essas ideias podem estar expressas de forma escrita, verbalmente ou por meio de desenhos. Alguns indivíduos começam a formular um testamento ou fazer seguro de vida.
Expressão de ideias ou de intenções suicidas – Fiquem atentos para os comentários, como “Vou desaparecer”; “Vou deixar vocês em paz”; “Eu queria poder dormir e nunca mais acordar; “É inútil tentar fazer algo para mudar, eu só quero me matar”. Pode parecer óbvio, mas muitas vezes são ignorados e se isolam ainda mais.
Isolamento – As pessoas com pensamentos suicidas podem se isolar, não atendendo a telefonemas, interagindo menos nas redes sociais, ficando em casa ou fechadas em seus quartos, reduzindo ou cancelando todas as atividades sociais, principalmente aquelas que costumavam e gostavam de fazer.
Mudanças nos fatores sociais – Sabe-se que outros fatores, como a exposição ao agrotóxico, perda de emprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas e/ou físicas, sofrimento no trabalho, diminuição ou ausência de autocuidado, podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio.