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Notícias / Polícia “Trafigata” deixa cadeia, nega crimes e defende marido morto

segunda-feira, 27 dezembro de 2021.

A mulher, que ganhou o apelido de ‘Trafigata’, negou envolvimento com o crime e afirmou que ganhou muito dinheiro com a pequena loja de roupas que tinha e ainda fazendo eventos

Foto: Reprodução/ Record TV

Camila Marodin, viúva de Ricardo Marodin, deixou a cadeia após 40 dias detida e ganhou direito a prisão domiciliar. Em casa, na Grande Curitiba, e usando tornozeleira eletrônica, Camila concedeu uma entrevista exclusiva para o programa Domingo Espetacular, da Record TV, que foi ao ar neste domingo (26). A mulher, que ganhou o apelido de ‘Trafigata’, negou envolvimento com o crime e afirmou que ganhou muito dinheiro com a pequena loja de roupas que tinha e ainda fazendo eventos.

Camila foi presa em uma operação da Polícia Militar no dia 12 de novembro em Matinhos, no Litoral do Paraná, apontada como uma das líderes de uma organização criminosa chefiada pelo marido, Ricardo Marodin. A mulher foi detida por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro logo após a morte de Ricardo, assassinado na festa de aniversário de um dos filhos do casal. Conforme a PM, na conta bancária de Camila foram encontrados cerca de R$ 1,3 milhão, dinheiro que foi bloqueado pela Justiça. A suspeita negou que tivesse qualquer participação com a criminalidade.

“É mentira, eu nunca me reuni com aquelas pessoas para pegar e planejar alguma coisa, algo de alguma organização. Eu me reuni com aquelas pessoas no aniversário dos meus filhos, para comer uma pizza, em um churrasco, onde não era falado nada de ilegal” – argumentou ela.

Ao ser questionada sobre o dinheiro que ostentava nas redes sociais, Camila disse que ganhava sua renda da loja de roupas que tinha e fazendo eventos.

“Eu trabalhava com eventos, tinha a loja, o meu marido também fazia rolos de carros, sempre cuidou das contas da casa, eu não precisava ajudar a pagar água, nem luz, nem supermercado… nisso eu comecei a trabalhar com os eventos e ganhava muito dinheiro, mais do que eu imaginava. Eu fiquei casada com ele praticamente por 10 anos, nisso a gente construiu muita coisa juntos” – justificou.

Ainda, a mulher afirmou que nunca soube que o marido pudesse estar envolvido com o tráfico de drogas, que Ricardo era um “cara muito correto”. “O Ricardo nunca trouxe nada de errado para dentro de casa, nunca. Ele sempre foi um cara muito correto, sempre cuidou muito bem dos filhos, sempre fez de tudo por mim. […] Quando eu comecei a desconfiar que o Ricardo estava ganhando bastante dinheiro, comecei a levantar algumas suspeitas contra ele, fui bem clara, eu falei ‘olha, Ricardo, se eu descobrir que tem algum envolvimento seu com coisas erradas, eu vou me separar’”, descreveu.

Sobre o apelido de ‘Trafigata’ que recebeu, Camila afirmou as investigações ainda devem “esclarecer muita coisa”.

“Eu não fui julgada ainda, eu acho que tem bastante coisa para ser esclarecida nessa investigação, que eles quiserem me colocar desse jeito e o povo acredita no que vê na TV. Aquele anel de R$ 70 mil, aquele anel foi de uma prima minha, que ela veio viajar na minha casa, acabou esquecendo, e eu falei ‘Pri, você esqueceu um anel aqui’, e ela falou ‘ah, pode pegar para você’, ela tinha ganhado de herança do pai dela e ela falou ‘pode ficar para você’” – disse Camila.

O advogado de Camila, Claudio Dalledone Júnior, afirmou que a Operação Ostentação, que resultou na prisão de Camila, foi irregular, pois foi desencadeada pela Polícia Militar.

“Nós temos uma Polícia Judiciária e isso não passou pelo filtro da polícia, não passou pela Polícia Civil, não foi objeto da análise de um delegado, que é sempre o primeiro juiz da causa, por conta disso, em razão disso, nós vamos buscar nas cortes superiores a nulidade completa da operação” – afirmou Dalledone.

Operação Ostentação. A Justiça autorizou o bloqueio do dinheiro que estava na conta de Camila, além de 13 imóveis – avaliados, ao todo, em R$ 3 milhões – que estavam no nome de laranjas, mas que a polícia suspeita de que sejam de posse da quadrilha, entre eles imóveis de alto padrão. Mais cinco carros de luxo – dois Audis, um Honda, um Camaro e um Porsche – e também uma moto, foram apreendidos.

A polícia encontrou também 39 armas, a maioria delas com um armeiro conhecido por fazer reparos em armamentos, mas que estava com armas irregulares. Ainda, em dinheiro, foram apreendidos ao todo R$ 120 mil. As investigações apontam que os carros e imóveis eram usados para canalizar os valores obtidos ilegalmente com o tráfico de drogas.

Durante a operação, que contou com mais de 40 mandados judiciais, houve um confronto em Piraquara e um suspeito morreu. O indivíduo, que tinha passagens criminais e era suspeito de participação em associação criminosa, reagiu à abordagem dos policiais e acabou baleado.

Morte de Ricardo Marodin. Ricardo Marodin foi assassinado a tiros no final da festa de aniversário do filho, que estava sendo realizado em um buffet infantil em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Quatro suspeitos fortemente armados chegaram em um carro modelo Voyage prata, surpreenderam Marodin – que segundo Camila estava do lado de fora guardando coisas no carro – e fizeram diversos disparos contra a vítima. Marodin não resistiu aos ferimentos e morreu no local, no dia 7 de novembro.

Na manhã do dia 10 de novembro, dois homens, Thiago Cesar Carvalho, que era ex-policial militar, e Guilherme Antônio da Costa, foram mortos a tiros e estavam em um carro do mesmo modelo e cor do veículo usado no assassinato de Marodin, um Voyage prata. O delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Tito Barichello, afirmou que os crimes podem ter relação, já que as vítimas Ricardo e Thiago se conheciam.

Fonte: RicMais

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