O vice-prefeito Ayres Domingues e o líder político “Carlinhos Gordo”, foram covardemente assassinados em um crime com total conotação política na noite do dia 28 de fevereiro de 2001
Ontem, domingo, 28 de fevereiro, foi uma data de triste lembrança para a cidade de Mariluz. Marcada pela atrocidade e violência que envolveu um dos crimes políticos que repercutiu intensamente em todo o Paraná e no Brasil.
Foram os assassinatos do então vice-prefeito e farmacêutico Ayres Domingues e do líder político e presidente do PPS, Carlos Alberto Carvalho – o popular “Carlinhos Gordo”. Crimes que teve como mandantes, o então prefeito de Mariluz, Padre Adelino Gonçalves e um grupo de assessores.
O Padre Adelino então prefeito de Mariluz foi o mandante do duplo assassinato
O CRIME. Ayres e Carlinhos Gordo foram vítimas de atentado político registrado na noite de 28 de fevereiro de 2001, (Quarta-Feira de Cinzas). Ambos conversavam na sede do diretório municipal do PPS em uma empresa de “Carlinhos”, quando foram baleados pelo pistoleiro José Lucas Gomes. Ayres Domingues morreu na hora e Carlos Alberto chegou a ser internado em hospital em Umuarama, mas não resistiu aos ferimentos causados por oito tiros e morreu em 2 de março. Carlinhos chegou a entrar em luta corporal com o atirador.
O pistoleiro Lucas Gomes confessou a autoria do duplo assassinato que marcou a história política de Mariluz; Lucas morreu na cadeia de Goioerê
Lucas Gomes, ex-sargento da Polícia Militar expulso da corporação por crimes cometidos anteriormente, foi preso e confessou o duplo assassinato e relatou detalhes da trama diabólica.
Lucas morreu tempos depois de enfarte, na cadeia de Goioerê. Élcio Faria – secretário de Ação Social na gestão do padre Adelino – confessou sua participação no crime, foi condenado a dez anos de prisão. Morreu quando cumpria pena na Penitenciária de Cruzeiro do Oeste.
O local onde ocorreu o duplo assassinato, na empresa do “Carlinhos Gordo”
Élcio Farias foi quem comprou o carro usado pelo criminoso, juntamente com um terceiro envolvido, Alessandro do Nascimento, que foi preso e condenado. Ele foi assassinado em Campo Mourão. Alessandro era amigo íntimo do padre.
O povo foi às ruas protestar contra o duplo homicídio (Foto Tribuna 10/03/2001)
Padre Prefeito: Adelino Gonçalves ficou alguns meses preso em Curitiba. Conseguiu sair da cadeia, mas não se atreveu a voltar a Mariluz, onde corria o risco de ser linchado pela população revoltada. Teve seu mandato de prefeito cassado pela Câmara de Vereadores de Mariluz. Ele foi condenado a 19 anos de prisão, fugiu para Rondônia, onde foi preso e está na Penitenciária de Cruzeiro do Oeste.
O sepultamento de “Carlinhos Gordo” foi cercado de muita emoção e reuniu políticos de renome nacional, entre eles o deputado Rubens Bueno
O padre Adelino também é acusado de atentado violento ao pudor. Segundo a família da vítima, um garoto de 13 anos, isso aconteceu no começo do ano de 2000 em Mariluz.
O julgamento de Élcio Faria, então assessor do Padre Adelino
CIDADE EM FÚRIA. Os assassinatos indignou Mariluz e foi marcado por momentos de fúria na cidade. A população tentou invadir a prefeitura para linchar o Padre Adelino, que graças a pronta ação da Polícia Militar conseguiu retirá-lo da Prefeitura. Ele fugiu no carro de um advogado pelos fundos da Prefeitura.
O Julgamento do Padre Adelino
Em seguida, a população em fúria se apoderou do carro oficial do prefeito que foi arrastado e depredado da Prefeitura até defronte a praça da Igreja Matriz.
O caixão simbólico do Padre Adelino foi queimado em frente a Prefeitura
Carreata de protesto
O povo foi às ruas protestar contra o duplo homicídio (Foto Tribuna 10/03/2001)
As fotos da reportagem faz parte do acervo fotográfico
do Jornal Tribuna da Região/Goioerê