Uma rotineira visita domiciliar se transformou em uma linda história de amor e solidariedade. Graças ao profissionalismo da equipe do Núcleo de Apoio a Saúde da Família – Nasf – que promoveu muito mais que um encontro entre pai e filha. Deu a chance de uma vida mais digna para “seu” Adão Salustiano Pinto, 73 anos, que há cerca de 40 anos mora em Goioerê, na zona rural, onde os vizinhos informaram que nunca nenhuma pessoa da família visitou o “seu” Adão.
VIZINHO ALERTOU. Acometido de um AVC, a equipe do Nasf – integrada pelas profissionais Juliete Guerra (assistente social), Alline Rorato (psicopedagoga), Nadia Mayara dos Santos (psicologa) e Liliane Sestak (nutricionista) – foi acionada por um vizinho, que solicitou a visita na residência de “seu” Adão. Na visita a equipe constatou a gravidade e encaminhou de imediato o “seu” Adão ao Hospital Santa Casa.
AMOR AO PRÓXIMO. As profissionais do Nasf poderiam ter encerrado naquele momento o atendimento. No entanto, diante das seqüelas do AVC que impedia seus Jonas de se alimentar, ir ao banheiro, tomar um banho sozinho, e diante da falta de informação de qualquer familiar do paciente, iniciaram uma nova jornada: encontrar um familiar que pudesse cuidar de seu Adão.
NÃO DESISTIU. Com a fala comprometida pelo AVC, “seu” Adão não pode se comunicar. A equipe tentou levantar informações com as pessoas que o conheciam. A resposta era sempre a mesma, de que seria impossível encontrar familiares.
Não desistiram. E, de posse da certidão de casamento de “seu” Adão conseguiram levantar que havia se casado em Goioerê e que teve três filhas registradas no cartório de Goioerê.
Dois dias depois de internado, “seu” Adão melhorou de saúde e conseguiu falar os nomes as filhas. E, realizando buscas na internet, descobriram que moram em São Paulo. Foi então que mobilizaram a equipe de Assistentes Sociais/CREAS de cidades do interior de São Paulo. Mas foi em vão, pois não conseguiram informações. “Seu” Adão chegou a citar o nome de um irmão. E ao tentar localizá-lo, a equipe do Nasf descobriu que havia falecido em 2014.
FIM DA PROCURA. E a notícia de que estavam procurando familiares correu por vários lugares, chegando até a família de “seu” Adão, que no dia que receberia alta do hospital, um telefonema colocava fim a angustiante procura. Era a família de “seu” Adão. A equipe do Nasf havia encontrado as três filhas, a ex-esposa e netas.
A família relatou que tinha tentado encontrar “seu” Adão, fazendo buscas pela internet, contratando pessoas para localizá-lo, realizando buscas em hospitais, IML e tinham perdido a esperança.
NOVA VIDA. O reencontro aconteceu quarta-feira, 8, quando a filha Sueli Oliveira Pinto e dois netos, que moram em São Paulo, chegaram em Goioerê para buscar o pai. A filha Sueli, emocionada agradeceu a equipe do Nasf, afirmando que “ agora nós nunca mais vamos nos separar” – colocando fim ao drama que “seu” Adão estava vivendo.
O reencontro: “nunca mais vamos nos separar”
Sueli com os filhos no reencontro que
colocou fim ao drama de “seu” Adão
A equipe do Nasf deu um exemplo de profissionalismo e compaixão: Juliete Guerra (assistente social), Alline Rorato (psicopedagoga), Nadia Mayara dos Santos
(psicologa) e Liliane Sestak (nutricionista)
“Seu”Adão com as filhas na cidade de Carapicuíba, em São Paulo