No primeiro mês de liberação da vacinação contra a Covid-19 para crianças entre 3 e 4 anos no Paraná, dados do Ministério da Saúde apontam que somente cerca de 10% do público nesta faixa etária receberam as doses.
Segundo os números do ministério, são mais de 310 mil crianças nesta faixa etária que podem ser imunizadas no estado mas que, desde meados de julho, quando houve a liberação para vacinar estas idades, somente 33,5 mil foram vacinadas.
Em cascavel, na região oeste, das 11 mil crianças entre 3 e 4 anos que poderiam ter sido levadas aos postos de saúde, pouco mais de 600 garantiram a imunização da primeira dose até esta semana.
A baixa procura para a faixa etária se repete em cidades como Foz do Iguaçu (424 crianças vacinadas), Paranavaí (159), Curitiba (8.685), Maringá (1.527), Ponta Grossa (2.399) e Londrina (2.066).
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A médica infectologista Carla Sakuma explicou que no período do inverno, a importância da vacinação para as crianças se torna ainda maior.
“Pelo simples fato de estarmos em uma estação onde se transmite mais infecções respiratórias, essa criança não estar protegida, não estar vacinada, corre um risco maior. As crianças ficaram dois anos sem sair de casa, então, não tiveram contato com outras infecções e isso faz com que a gente tenha uma resposta imunológica mais deficitária”, disse.
Nickson Souto, médico, destacou como a vacinação pode ajudar a proteger as crianças no caso da Covid-19 ou de outras doenças comuns nesta época.
“A vacina tem vírus inativado, então, você faz uma provocação pro sistema imunológico, que combate aquele vírus congelado e, consequentemente, cria uma memória. Quando você tiver um contato real, um vírus verdadeiro, como você já teve essa memória, vai se defender melhor”, comentou.
Marli de Moraes, que mora em Cascavel, acompanha o filho Jhonatan, que tem 11 anos e está internado no Hospital Universitário da cidade há cerca de 10 dias. O menino testou positivo para covid, tem deficiência e não recebeu nenhuma dose da vacina contra a doença.
“O quadro dele é delicado. Ele teve insuficiência respiratória em casa, muito vômito. Nós viemos para a Unidade de Pronto Atendimento. Ele foi entubado e continua entubado porque tem uma grande dificuldade nas vias aéreas”, disse a mãe.
O médico que acompanha o garoto avaliou que “se ele tivesse recebido essa dose da vacina, poderia ter um quadro de pneumonia por Covid, mas não com insuficiência respiratória tão grave”.
Fonte: G1