Fantástico traz os detalhes da investigação e uma entrevista com um dos jovens que fizeram a denúncia. Eles dizem que foram assediados quando ainda eram menores de idade
O tradicional Mosteiro de São Bento, em São Paulo, está sob intervenção do Vaticano. O motivo: acusações feitas por dois jovens que teriam sofrido assédio sexual de religiosos quando ainda eram menores de idade.
Na semana em que começam a vigorar regras mais rígidas contra abuso sexual e acobertamento de assediadores na igreja católica, o Fantástico traz os detalhes da investigação de assédio e uma entrevista com um dos jovens que denunciaram os religiosos. Assista à reportagem, de Bruno Tavares e William Santos, acima.
O jovem ouvido — e que não vai ser identificado — tinha 16 anos quando ingressou nos cursos de canto gregoriano e arte do mosteiro. Ele tinha planos de seguir uma vida religiosa.
“Você vai para um lugar onde acha que é um lugar que existe a presença de Deus, e você conhece mais a face do demônio”, diz.
Rafael Bartoletti, conhecido como Irmão Hugo, é acusado pelos dois jovens de assédio. O outro rapaz, que trabalhava de alfaiate no mosteiro, entregou uma série de mensagens enviadas pelo religioso à polícia. O entrevistado pelo Fantástico disse que a tentativa de abuso ocorreu em uma sala de música.
“Ele aproveitou, fechou a porta e trancou. Veio na minha direção e começou a me forçar pra baixo. Com o objetivo de um ato de sexo oral. Eu tirei a mão dele. Fiquei um pouco nervoso, falei que queria sair de lá, queria voltar para onde estavam os outros meninos. E ele falou: ‘Calma’. E aí abriu a porta e me levou de volta”, relembra.
Depois de mais de um ano de investigação, em junho do ano passado, quatro religiosos foram acusados de abuso sexual pelo Ministério Público. Um deles morreu de Covid em dezembro de 2020, mas os outros seguem respondendo processo. Eles foram ouvidos pela polícia e negam o crime.
Em nota, o Mosteiro de São Bento manifesta repúdio e intolerância a eventuais desvios de conduta de quaisquer de seus membros. Informa que os denunciados foram afastados e respondem não só perante a lei civil, mas também à Justiça eclesiástica.
Os monges manifestam tristeza, solidariedade e pedem perdão por eventual má-conduta desses ex-membros às supostas vítimas e a seus familiares.
Fonte: G1-Fantástico