No lado brasileiro das Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, 365 câmeras instaladas no Parque Nacional do Iguaçu auxiliam no monitoramento da vazão das quedas. O encarregado de operações nas Cataratas, Diego Camargo, afirma que o monitoramento é diário.
“É acompanhada a todo momento pela nossa equipe na central de operação. Durante o dia e durante a noite sempre tem alguém atento a qualquer situação. Isso aqui é um Big Brother da vida real”, afirmou Carlos.
Muitas câmeras instaladas passam despercebidas pelos turistas. Os equipamentos também são usados para a segurança dos visitantes. De uma central, uma equipe monitora a vazão do Rio Iguaçu, ao vivo, 24 horas por dia.
As imagens ajudam na tomada de decisão para o fechamento da principal passarela para os turistas, que dá acesso à Gargata do Diabo, quando o nível do rio está muito alto. A grande vazão pode ser um risco em diversos aspectos, segundo Diego.
“Tem vários riscos. Um é, de repente, vir um galho, pegar na grade, obstruir ali a passagem da água e acabar o visitante também sendo atingido por esse galho ou por algum outro objeto que o rio, com volume de água muito forte, pode estar trazendo aqui para passarela”, afirmou Diego.
Segunda maior vazão das quedas
Os registros feitos por essas câmeras captaram quando o volume de água das Cataratas do Iguaçu subiu de três milhões para mais de 11 milhões de litros por segundo no último dia 12 de outubro, levando ao fechamento da passarela principal do lado brasileiro.
Elas também registraram, no dia seguinte, a vazão de 16,5 milhões de litros de água por segundo, segundo maior fluxo já registrado. Veja vídeo no início desta reportagem.
É nesse local que a Companhia Paranaense de Energia (Copel) recebe os dados do monitoramento do Rio Iguaçu, que tem seis hidrelétricas instaladas ao longo do leito.
A companhia de energia elétrica mantém 29 pontos de controle da vazão. São sensores que ficam submersos e ajudam a calcular a quantidade de água passando pelo leito do rio, como explicou o técnico em hidrologia, Rafael Pereira.
“Esse sensor funciona a partir da coluna da água que está sobre ele. Ele mede a variação que está cima dele atrelada a uma referência, que é uma régua milimétrica que também está instalada no mesmo local. A partir disso, o dado vem via telemetria, via satélite para Curitiba e aqui é transformado em vazão para informar à população”, afirmou Rafael.
No Parque Nacional, a equipe usa como referência o posto hidrométrico de Porto Capanema, o último antes do sensor instalado dentro do parque. O gerente de operações Pedro Santos afirma que cerca de oito horas após o fluxo aumentar no Porto Capanema, as Cataratas do Iguaçu também têm aumento no fluxo.
“No Porto Capanema a vazão está subindo. Em torno de oito horas depois a gente vai ter essa água aqui nas quedas (Cataratas do Iguaçu) também. A gente acompanha se realmente se isso está acontecendo e, geralmente, é um nível mesmo de água na passarela que a gente vai acompanhando, se está subindo, se está baixando”, afirmou o gerente de operações.
Cataratas do Iguaçu
Conforme o Parque Nacional do Iguaçu, são catalogados 275 saltos, o que dá às Cataratas o título de maior conjunto de quedas d’água do mundo. Além disso, elas são consideradas uma das Sete Maravilhas da Natureza.
80% das cachoeiras estão no lado argentino do parque, e os 20% restantes estão no lado brasileiro.
As Cataratas do Iguaçu foram eleitas neste ano como a sétima principal atração turística do mundo pelo “Travelers’ Choice 2022 – Best of the Best”, do site de viagens TripAdvisor.
Fonte: G1.