A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apreendeu, nesta terça-feira (26), quase 500 sachês do “melzinho do amor”, estimulante sexual proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde maio de 2021. Duas pessoas, de 24 de 39 anos, foram presas em flagrante na Rodoviária Interestadual de Brasília.
Segundo a polícia, os vendedores dizem que o consumo de um sachê equivale a quatro comprimidos de Viagra. No entanto, uma análise feita pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox), em 2021, mostrou que o “melzinho do amor” pode causar efeitos colaterais graves, e até mesmo risco de morte.
Esta é a primeira apreensão do produto no DF. Segundo a Polícia Civil, a substância tem sido bastante usada por jovens na capital.
“Os efeitos adversos da substância são desconhecidos, razão pela qual sua comercialização é proibida”, diz a Polícia Civil.
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Com os suspeitos, foram encontradas 36 caixas de “melzinho do amor”. Eles foram autuados por falsificação de medicamento e, caso sejam condenados, podem cumprir pena de 10 a 15 anos de reclusão.
Quais são os riscos do ‘melzinho do amor’?
Os pesquisadores da Unicamp analisaram três amostras do “melzinho do amor”. Segundo eles, apesar de as embalagens apontarem uma composição 100% natural, foi detectada a presença de dois fármacos de origem sintética utilizados para tratamento da disfunção erétil: Sildenafila e Tadalafila.
Segundo o coordenador do CIATox, José Luiz Costa, o uso dessas substâncias depende de avaliação médica, sobretudo para pessoas que sofrem de problemas de saúde, como cardiopatias e hipertensão descontrolada.
O “melzinho do amor” é vendido em formato de sachê. Na embalagem, a composição registra substâncias como: café, extrato de caviar, ginseng, maçã, gengibre, canela, mel da Malásia e Tongkat Ali (Eurycoma longifolia).
Produto é proibido no Brasil
Segundo a Anvisa, estão proibidas a comercialização, distribuição, fabricação, publicidade e uso do do produto. O órgão também afirmou que não sabe qual é a composição do “melzinho do amor”.
Após a proibição, a Anvisa passou a elaborar um dossiê com a investigação sobre os componentes do produto para avaliar se o produto é regular e está de acordo com a legislação sanitária vigente. A agência não deu um prazo para a conclusão do trabalho.
Fonte: G1