Era uma vez um reino do interior do Paracá, do país Plazil, chamado “Ioioelê”, do qual já falei uma ou duas vezes…
… mas não vou falar a terceira. Ao menos, não hoje. Bem que deu vontade…
Lembram-se da minha coluna da semana passada, que falava sobre o lixo? Ou melhor… contava toda a história retroativa desse lixo… como surgiu há muitos anos a primeira campanha no PREMEN II… e morreu… como somente muitos anos depois o assunto foi retomado na gestão 2001-2004 – e morreu… na “febre momentânea” a cada vez que o assunto do lixo reciclável é abordado, e que depois cai no esquecimento, o que não permite à população adquirir em definitivo o hábito da separação… de como, na suposição de que já tinham sido feitas campanhas o suficiente, desde o último dia 04, quem não tivesse separado o lixo úmido do reciclável não teria seu lixo recolhido… e que seria elaborada uma lei para multar moradores que insistissem em não separar o lixo e para os que jogarem sacolas não recolhidas pelo caminhão da Prefeitura, em terrenos baldios.
Também foi questionada, com a ilustração de alguns possíveis casos, a distribuição de “panfletos elucidativos” que explicariam os motivos de o lixo não ter sido recolhido… e essa multa esdrúxula, que tem tudo para ser descumprida.
Muito bem…
Por uma coincidência que não cabe explicar aqui, minha coluna, que sai toda quinta-feira, acabou saindo no mesmo dia em que a Tribuna – que por problemas internos nessa semana também saiu na quinta – abordou o mesmo tema neste site e no jornal. Foi o suficiente para alguns acharem que tudo fora feito de propósito… mas isso nem vem ao caso. Pouco importa…
O que importa é a reação às duas coisas – mais ainda por causa da matéria do jornal do que da minha coluna.
Como se sabe, há “séculos” a Tribuna da Região recebe todos os prêmios por sua competência e credibilidade… Foi a campo, pesquisar sobre o assunto, e constatou alguns fatos irrefutáveis, já que ilustrados com fotos. Após o dia 04, foi verificado que, mesmo com a obrigatoriedade, o lixo que estava sendo recolhido pela Prefeitura continuava misturado, demonstrando que a população precisa ainda ser conscientizada para que promova a separação, e que, não bastasse o lixo úmido não estar sendo separado corretamente, a mesma situação ocorria com o lixo reciclado, que estava sendo realizado de forma desordenada, gerando transtornos para os coletores e funcionários da ATA, responsáveis pela triagem do material que chega na Associação. Que grande percentual deste material era formado por lixo úmido.
Foi ainda levantado que a pouca adesão ao novo sistema de coleta de lixo é recorrente da falta de uma ampla campanha de orientação e conscientização para a necessidade de se separar corretamente o lixo, assim como que tipo de material deve ser separado para a coleta seletiva. E mais, que os próprios coletores de lixo afirmaram que não receberam informações adequadas e que nem o material informativo anunciado que seria entregue nas residências não ocorreu como era previsto.
Isso aí é um fato irrefutável, pois, na minha casa, não vi ninguém propondo nada e muito menos recebi panfleto algum. O mesmo aconteceu com várias amigas a quem questionei sobre isso…
Também foi publicado que “Na tarde de segunda-feira a reportagem da Tribuna abordou um caminhão coletor de lixo da Prefeitura para verificar se o lixo que havia sido recolhido naquele dia estava separado corretamente como prevê o novo sistema de coleta. No entanto, os coletores, ao rasgar as sacolas, identificaram uma grande quantidade de material reciclado misturado ao lixo úmido. Mesma situação encontrada na ATA, onde na esteira que faz a triagem do material era grande a quantidade de lixo que estava sendo descartada e que seria destinada ao aterro sanitário”.
O conselho final da reportagem era: “O novo sistema de coleta de lixo é tão importante quanto o de coleta seletiva, com relevante impacto ambiental se colocado em prática. Desta forma, merece um pouco mais de atenção por parte de seus idealizadores, para que novas estratégias sejam traçadas para informar e envolver toda a população. Assim como a população deve se esforçar e conscientizar em adotar práticas ambientalmente corretas, como a separação do lixo seco e do lixo úmido”.
O.K. O.K. Mas… por que estou repisando isso, já que o site está aqui, ao alcance de todos?
Porque quero frisar que esse também foi o meu conselho: “Talvez seja a hora de insistir mais nessa conscientização – de maneira massificante: nas escolas, através dos próprios alunos, professores e reuniões com pais…nas rádios… nos sites locais…com mobilização das entidades organizadas…no “tête-a-tête” com a comunidade em geral… procurando exemplos de outras cidades em que isso funcione há alguns anos…enfim!”
A reação, como eu falava acima, é que foi deveras interessante… apressaram-se a mandar para a mídia a “contra-reportagem” da Tribuna… com dados “lindinhos”, bem diferentes dos constatados dias antes. Se alguém comparou o que saiu em jornais e sites locais, verá que o teor era igualzinho. Bom, isso também não vem ao caso, afinal, todas as prefeituras do Brasil têm esse serviço de informação disponível (assessoria de imprensa). Normal… (mais ou menos…)
Só que o “interessante” a que eu me refiro é que, DEPOIS de lançarem a “data fatal” e a ameaça, resolveram dar as tais palestras “de conscientização”… verificar a situação in loco… fazer reuniões…
Aí eu pergunto: por que isso não foi feito com bastante intensidade antes? E mais: quando comparecem autoridades em qualquer setor, para “verificação de resultados”… até que ponto as pessoas que lá trabalham respondem os questionamentos com sinceridade? Até que ponto se sentem inibidas ou à vontade para falarem sobre a realidade?
A reportagem do jornal foi realizada na tarde da segunda-feira, dia 11 – uma semana depois, portanto, do início da nova forma de recolhimento – “junto aos caminhões de coleta de lixo e de material reciclável e às funcionárias na esteira na ATA. Com isso, foi constatado que a nova coleta de lixo implantada pela Secretaria do Meio Ambiente vem apresentando resultado abaixo do esperado”.
Ficou óbvio que toda a mobilização pós dia 04 aconteceu pela reportagem feita pela Tribuna, que, com ela, prestou mais um inestimável serviço à população.
Ainda… conforme edição do dia 16 último, “até aquele momento era o quadro constatado pela reportagem do jornal. Agora, se o quadro modificou da noite para o dia conforme a Secretaria do Meio Ambiente quer fazer acreditar, trata-se de pura enganação”.
“Taí” o que ficou “chato”…
Geeente! Qual é o normal quando se constata que uma coisa não saiu conforme queríamos? É revisar o projeto, detectar as falhas e procurar solucioná-las.
Percebeu-se um movimento para isso quando começaram o ciclo de reuniões internas e palestras externas. Tardio, mas louvável!
Mas o que se precisa, no momento, é união de todos, e não essa quizila toda que se gerou em torno da questão.
O projeto é bom, o esforço é válido. Não há necessidade de subterfúgios e “medição de poder”. Bobagem, isso! Para onde iremos todos nós, um dia? Vale a pena?
Termino por hoje com um alerta…
… e um trecho de uma letra de música de Beto Guedes que já usei algumas vezes, quando o tema diz respeito ao meio ambiente, pois acredito nesse caminho:
Vamos precisar de todo mundo
Um mais um é sempre mais que dois
Pra melhor juntar as nossas forças
É só repartir melhor o pão
Recriar o paraíso agora
Para merecer quem vem depois
Deixa nascer, o amor
Deixa fluir, o amor
Deixa crescer, o amor
Deixa viver, o amor
O sal da terra
Sites das figuras:
www.youtube.com (União)
blogs.diariodepernambuco.com.br (Discórdia)
Link da reportagem da Tribuna:
https://tribunadaregiao.com.br/noticias/artigo/adesao-ao-novo-sistema-de-coleta-de-lixo-e-pequena