Gislaine teria sido julgada, condenada e executada pelo “Tribunal do Cão” que impera na cadeia contra presos que cometem crime hediondo
As informações extra-oficiais que o delegado Dr. Hélio Nunes havia adiantado à reportagem da Tribuna em 1º de setembro, da suspeita de que a detenta Gislaine Aparecida Oliveira encontrada morta no início daquela manhã, enforcada com o corpo preso na porta da grade de acesso à galeria na cadeia feminina de Goioerê, poderia ter sido assassinada, se confirmaram.
Na época, no contato com a Tribuna, o delegado apontou evidências de que Gislaine antes de morrer teria sido agredida em razão dos ferimentos que apresentava nas pernas e na testa, como que se tivesse sido socada contra a parede e desmaiada. E, em seguida pendurada na grade pelo pescoço em uma “tereza” (corda feita de lençol), conforme foi encontrada sem vida na manhã do domingo, 1º de setembro, simulando que tivesse cometido o suicídio.
FAMÍLIA QUESTIONA. Desde o início a família de Gislaine questionou as circunstância de sua morte. Além dos ferimentos no corpo, familiares questionaram a grafia do bilhete que, supostamente, teria sido deixado por Gislaine.
Afirmam que a letra não seria de Gislaine. Inclusive o delegado não descarta a possibilidade de pedir o exame grafotécnico ao Instituto de Perícia Criminal em Curitiba. E se ficar confirmado que a grafia não é de Gislaine, poderá se pedir novos exames para comparar com a grafia das presas que estavam na mesma cela em que Gislaine estava morta.
Enfim, o delegado Dr. Hélio quer esclarecer toda e qualquer dúvida que possa pairar sobre a morte da detenta Gislaine Aparecida de Oliveira.
CRIME HEDIONDO. As suspeitas de que Gislaine tenha sido morta no interior da cadeia é pelo fato das circunstância em que ela foi condenada a 31 anos de prisão pelo crime hediondo que praticou ao envenenar uma criança de dois anos de idade e ferir gravemente uma irmãzinha dela. Uma das crianças morreu.
Um crime que as detentas (a cadeia de Goioerê é feminina) não aceitam, é tendo como vítima uma criança indefesa. E dessa forma, acredita-se que Gislaine tenha sido julgada e condenada pela “lei do cão” que impera no interior dos presídios, e que Gislaine tinha sido executada pelo crime bárbaro que cometeu.
Na época o delegado Dr. Hélio comentou à reportagem Tribuna as suas suspeita. Afirmado que não conhecia as circunstâncias da condenação de Gislaine pelo fato de haver chegado há pouco em Goioerê. Para ele, a presa deveria ter sido colocada separada “no seguro”. Mas como a transformação da cadeia de Goioerê em presidio feminino havia ocorrido dois dias antes, não teria havido tempo hábil para preparar uma cela para o “seguro” que estava sendo providenciado pela equipe da Depen, responsável pelo presidio.
LEIA MAIS:
Polícia está apurando circunstância da morte da detenta no interior da cadeia de Goioerê