O médico responsável pelo tratamento do adolescente, de 12 anos, que morreu pela Covid-19, em Londrina, norte do Paraná, foi denunciado criminalmente por homicídio culposo pelo Ministério Público do Paraná (MPPR). A morte foi confirmada no dia 16 de junho e o atendimento foi feito de forma virtual. Entre os tratamentos aplicados, o profissional receitou inalação de hidroxicloroquina.
Conforme informações do MPPR, o médico, que tem especialização em ortopedia e traumatologia, teria sido “negligente, imprudente e imperito“. As consultas foram feitas pelo aplicativo WhatsApp, sem contato presencial. O adolescente possuía asma e apresentava quadro de obesidade. Mesmo com o paciente apresentando saturação periférica de oxigênio inferior a 85%, não foi determinado o internamento hospitalar.
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Foi receitado uso do medicamento Ivermectina por cinco dias, antibióticos, anticoagulantes e corticoide. No dia 9 de junho de 2021, o jovem morreu. Em 16 de junho de 2021, foi confirmado o óbito pela Covid-19, com teste positivo para a doença no dia 1º do mesmo mês.
Além do homicídio culposo, o médico também é acusado de sustentar “a prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, omissão de notificação compulsória de doença infectocontagiosa e emissão de atestado falso“. O MPPR também pede que seja fixado valor para reparação de danos morais e materiais à família da vítima.
Em contato com a defesa do médico, o RIC Mais foi informado que ainda não recebeu a intimação do conteúdo da denúncia do MPPR e que “para o momento não tem nada a declarar“. Desde novembro de 2021, o profissional ganhou o recurso impetrado no Conselho Federal de Medicina (CFM), recuperou o direito de voltar a atuar na medicina, por maioria de votos, e atender casos de Covid-19. Ele havia sido suspenso por seis meses, em julho de 2021, por supostas irregularidades.
Fonte: RICMAIS